Projeto de lei exige câmera corporal nos uniformes dos vigilantes
O Projeto de Lei 285/2024, proposto pelo ex-senador e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, está em análise no Senado Federal. A proposta visa tornar obrigatório o uso de câmeras corporais nos uniformes de vigilantes privados que atuam na vigilância patrimonial. Essa medida busca prevenir abusos, aumentar a transparência e fortalecer os mecanismos de controle no setor de segurança privada.
Objetivo do Projeto
O principal objetivo do PL 285/2024 é reduzir a violência e
os abusos cometidos por agentes de segurança privada. A justificativa do autor
menciona casos emblemáticos, como o assassinato de João Alberto Silveira
Freitas em 2020, espancado por seguranças em um supermercado em Porto Alegre. O
uso de câmeras corporais, segundo estudos citados pelo Fórum Brasileiro de
Segurança Pública, está associado à redução do uso desproporcional da força e à
melhoria da produtividade dos profissionais.
Como Funcionará?
A proposta determina que os vigilantes privados deverão
portar câmeras corporais capazes de gravar áudio e vídeo durante o exercício de
suas funções. Esses equipamentos serão obrigatórios apenas para a vigilância
patrimonial, que inclui a proteção de pessoas e bens em estabelecimentos
públicos ou privados e eventos. As gravações poderão ser compartilhadas com a
Polícia Federal ou o Ministério Público para investigações criminais, conforme
regulamentação futura.
Exceções
Microempresas e empresas de pequeno porte estão isentas da
obrigatoriedade, conforme previsto na Lei Complementar nº 123/2006. Essa medida
visa evitar custos excessivos para contratos de menor valor.
Impacto no Setor de Segurança Privada
A segurança privada no Brasil é regulamentada pela Polícia
Federal e inclui diversas atividades, como transporte de valores, escolta
armada e segurança pessoal. A vigilância patrimonial, foco do projeto, é uma
das principais áreas do setor e frequentemente alvo de críticas devido a casos
de abuso.
A implementação das câmeras corporais pode trazer benefícios
significativos:
- Transparência: As gravações servirão como provas em casos de denúncias contra vigilantes.
- Redução da violência: Estudos indicam que a presença das câmeras reduz incidentes violentos.
- Confiança pública: A medida pode melhorar a percepção da sociedade sobre os serviços de segurança privada.
No entanto, desafios também são esperados, como os custos
iniciais para aquisição dos equipamentos e possíveis resistências por parte das
empresas.
Próximos Passos do projeto
O projeto está atualmente sob análise da Comissão de Segurança Pública (CSP), com relatoria do senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Após essa etapa, seguirá para votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Se aprovado, representará uma mudança significativa na legislação vigente (Lei 7.102/1983), que regula os serviços particulares de vigilância
O PL 285/2024 surge como uma resposta necessária aos problemas enfrentados no setor de segurança privada no Brasil. Ao exigir câmeras corporais nos uniformes dos vigilantes patrimoniais, a proposta busca equilibrar a proteção patrimonial com o respeito aos direitos humanos. Embora ainda esteja em discussão no Senado, sua aprovação pode marcar um avanço importante na busca por maior transparência e eficiência nesse setor essencial.
Leia também: Vantagens e desvantagens do uso de câmeras corporais por vigilantes
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